Hidrocefalia


Uma em cada 500 crianças nascem com hidrocefalia, conhecida popularmente como “água na cabeça”.
A doença acarreta problemas neurológicos, aumento do tamanho da cabeça e apresenta até risco de morte.
Essa “água” é, na realidade, o chamado líquido cefalorraquidiano, que fica acumulado dentro das cavidades do cérebro e ocasiona uma pressão no crânio. Quando ocorre bloqueio da circulação ou dificuldade de absorção, as cavidades se dilatam e a pressão aumentada resulta em efeitos graves sobre o cérebro. 
Há dois tipos de hidrocefalia: as congênitas e as adquiridas.
Nas congênitas, a dilatação das cavidades já está presente ao nascimento e ocorre por má-formação da medula espinhal, fatores genéticos ou ambientais – esse último, ainda sem grandes comprovações científicas. No caso das hidrocefalias adquiridas as principais causas são traumas, tumores, meningites e hemorragias do encéfalo, e podem acontecer em qualquer faixa etária.
O tratamento cirúrgico deve ser realizado o mais rápido possível para minimizar as complicações. Há dois tipos de cirurgias, as derivações liquóricas e as cirurgias endoscópicas. As de derivação são feitas com dois cortes, um na cabeça de aproximadamente 3 centímetros e outro no abdômen. Por essas incisões são introduzidos os cateteres para drenagem do excesso do líquido. Podem ser ainda utilizadas as válvulas programáveis, que permitem ajuste do ritmo da drenagem. Já na cirurgia endoscópica o corte é feito apenas na cabeça e um endoscópio é introduzido nos ventrículos cerebrais para realizar a retirada da água.
Os procedimentos duram em média uma hora e o paciente permanece no hospital para observação por três dias. Como atualmente são utilizados fios que são absorvidos pelo organismo, não há necessidade de retirar os pontos. O acompanhamento após a cirurgia é essencial e inclui exames de tomografia e ressonância.

Atendimento ao portador

É feita sempre uma avaliação do paciente para que se defina a melhor forma de tratamento e quais os problemas causados pela hidrocefalia.
O portador, por conta da pressão craniana, costuma apresentar três tipos de distúrbios: incontinência urinária, dificuldade para caminhar e alterações cognitivas. Todas essas mudanças precisam de acompanhamento psicológico. Além disso, também faz-se, geralmente, atendimento para as famílias, para que elas compreendam o porquê dessas dificuldades que serão enfrentadas pelos portadores de hidrocefalia e, também pelos familiares mais próximos.

Hidrocefalia da Terceira Idade

A hidrocefalia na terceira idade pode causar demência. Esse quadro é reversível. Quando a cirurgia é realizada a tendência é que o problema desapareça.
 

Hidrocefalia pode causar dificuldades motoras e perda de memória em idosos, mas tem tratamento

Dificuldade para andar, descontrole urinário e alterações cognitivas, como perda da memória, são sintomas típicos de hidrocefalia nos idosos. Essa doença, que quer dizer "água na cabeça", refere-se ao acúmulo de liquor (também conhecido como liquido cefalorraquidiano) nos ventrículos cerebrais.

As funções básicas do liquor são a proteção do sistema nervoso central e a manutenção do metabolismo cerebral. Ele é formado nos ventrículos laterais, uma área específica do cérebro, contabilizando um volume total de 140 mL a 170 mL; e é totalmente reciclado em menos de 24 horas. Por conta dessa dinâmica, quando surge alguma dificuldade em sua reabsorção, ocorre um aumento do volume liquórico e, consequentemente, a hidrocefalia.

Essa dificuldade de reabsorção pode se originar a partir de pequenos traumas e hemorragias ao longo da vida ou em consequência de processos infecciosos ou inflamatórios, que na maior parte das vezes não apresentam sintomas.

A hidrocefalia mais frequente nos idosos é conhecida como hidrocefalia de pressão normal (HPN) ou comunicante, informa o dr. Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini, neurocirurgião no Hospital Sírio-Libanês. "Nos idosos, o tamanho do cérebro em relação à caixa craniana tende a ser menor por conta do envelhecimento. Com isso, o aumento do volume liquórico não causa um aumento contínuo da pressão", explica. "Já nos pacientes jovens, a hidrocefalia geralmente é obstrutiva e causa sintomas de aumento da pressão intracraniana com cefaleia, vômitos e alterações visuais", compara.

Como diagnosticar a hidrocefalia de pressão normal?

O diagnóstico da hidrocefalia de pressão normal é feito pelo médico com base nos sintomas apresentados pelo paciente e nos resultados dos exames de ressonância magnética.

Outro exame importante é o tap test, realizado em ambiente ambulatorial com anestesia local, sem a necessidade de internação. Nesse exame, retira-se de 30 mL a 40 mL de líquor da região lombar, já que existe uma comunicação ampla de todo sistema liquórico com o sistema nervoso central, e observa-se o paciente. Se houver melhora dos sintomas num período superior a 24 horas, pode ser confirmada a hidrocefalia de pressão normal.

Como tratar a hidrocefalia de pressão normal?

O tratamento mais usado contra a hidrocefalia de pressão normal é a cirurgia de derivação ventriculoperitoneal (DVP). Esse procedimento consiste na introdução de um pequeno cateter na cavidade ventricular para desviar o excesso de liquor contido nos ventrículos para a cavidade abdominal. A quantidade de liquor a ser drenada é regulada por uma válvula interposta entre os dois cateteres. "Ele tem o mesmo mecanismo do ladrão da caixa-d'água, que despeja o excesso de água para um local escolhido", compara o dr. Vellutini.

A cirurgia de derivação ventriculoperitoneal é considerada minimamente invasiva e de baixo risco. O tempo médio dessa cirurgia é de 40 minutos, e o paciente recebe anestesia geral.

O Hospital Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com médicos neurologistas e neurocirurgiões especializados no diagnóstico e no tratamento da hidrocefalia. Eles estão habilitados para analisar o grau de hidrocefalia de cada paciente, oferecendo as melhores possibilidades de tratamento.

O Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês está preparado para realizar a cirurgia de derivação ventriculoperitoneal, assim como outros procedimentos mais complexos na região da cabeça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário