Lesão cerebral é a destruição ou degeneração das células do cérebro.
A lesão cerebral pode ocorrer devido a uma vasta gama de
condições, doenças ou traumas.
As causas mais comuns de lesão cerebral são os Traumatismos cranio-encefálicos (TCE) e os Acidentes Vasculares
Cerebrais (AVC). Outras causas possíveis de lesão cerebral difusa incluem hipoxia prolongada (falta de oxigênio), envenenamento, infecção tais como meningites ou encefalites, e moléstias neurológicas.
A extensão e o efeito da lesão cerebral é frequentemente
avaliado pelo emprego de exame
neurológico, tomografia e testes de avaliação neuropsicológica.
Uma lesão cerebral não resulta necessariamente numa
deficiência ou incapacidade de longo prazo, embora a localização e extensão do
dano tenham um efeito significativo na resultante provável. Em casos sérios de
lesão cerebral, o resultado pode ser incapacidade permanente, incluindo déficit
neurocognitivo, alucinações, problemas de fala ou movimento e retardo mental. Lesões cerebrais
graves podem resultar em estado vegetativo, coma ou morte.
As dificuldades cognitivas (do funcionamento mental) após uma
lesão cerebral podem ser muito evidentes, e o paciente fica incapacitado para a
maior parte de suas atividades pois não é eficiente ao raciocinar, lembrar,
decidir e cuidar de sua própria vida. Em outras situações, as dificuldades
cognitivas são mais sutis, e demora até que os familiares e pessoas próximas
notem que a pessoa está diferente na forma de pensar, na capacidade de memorizar,
expressar-se ou de resolver problemas de sua vida cotidiana. Muitas vezes, as
dificuldades cognitivas sutis são interpretadas como preguiça ou desânimo,
porque a pessoa não consegue ser bem sucedida em sua vida, embora esteja
aparentemente bem.
A criança com espinha bífida sem hidrocefalia pode apresentar
potencial intelectual normal, já crianças com hidrocefalia demonstram
dificuldade de aprendizagem e pouco progresso acadêmico.
1. O que é Deficiência Intelectual ou
atraso cognitivo?
Cognição é o ato ou processo da aquisição do
conhecimento que se dá através da percepção, da atenção, memória, raciocínio, juízo,
imaginação, pensamento e linguagem. A palavra Cognitione tem origem nos
escritos de Platão e Aristóteles.
É o conjunto dos processos mentais
usados no pensamento na classificação, reconhecimento e compreensão para o
julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e
soluções de problemas.
De uma maneira mais simples, podemos
dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa
sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.
Mas a cognição é mais do que
simplesmente a aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor
adaptação ao meio - é também um mecanismo de conversão do que é captado para o
nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage
com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade
existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a
percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a
informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.
Deficiência intelectual ou atraso cognitivo é um termo que
se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento
mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de
relacionamento social.
Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem
e no desenvolvimento dessas pessoas.
As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais
tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências
necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É
natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas
necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam
aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender
tudo.
2. Quais são as causas da Deficiência
Intelectual ou Atraso Cognitivo?
Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as mais comuns são:
Condições genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados
dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que os genes se
combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de natureza genética.
Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma
deficiência intelectual incluem a síndrome de Down ou a fenilcetonúria.
Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de um desenvolvimento
inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode
acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o
desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção
durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança
com problemas de desenvolvimento mental.
Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não
recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de
desenvolvimento mental.
Problemas de saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na
origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os
cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos
como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o
desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência
intelectual. No entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que
convém evitar tanto quanto possível.
Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca
forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool durante a
gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados graves para que não
se procure todos os cuidados de saúde necessários para combater a doença, ou
para que não se evite o consumo de álcool durante a gravidez.
O atraso cognitivo não é uma doença mental (sofrimento
psíquico), como a depressão, esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença,
também não faz sentido procurar ou esperar uma cura para a deficiência
intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual
consegue aprender a fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola,
sociedade e todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da
comunidade em que vivem. Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de
apoios para lograrem sucesso.
3. Como se diagnostica a Deficiência
Intelectual ou Atraso Cognitivo?
A deficiência intelectual ou atraso cognitivo
diagnostica-se, observando duas
coisas:
A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar,
resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo
que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou
funcionamento intelectual)
A competência necessária para viver com autonomia e
independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se
chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é
normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos,
neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve ser
objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores
que convivem com a criança.
Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve
procurar saber-se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma
idade cronológica.
Certas competências são muito importantes para a organização
desse comportamento adaptativo:
As competências de vida diária, como vestir-se, tomar banho,
comer.
As competências de comunicação, como compreender o que se
diz e saber responder.
As competências sociais com os colegas, com os membros da
família e com outros adultos e crianças.
Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os
profissionais estudam as capacidades mentais da pessoa e as suas competências
adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo
comum à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência
intelectual.
4. Qual é a freqüência da Deficiência
Intelectual?
A maior parte dos estudos aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as crianças com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças mais novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso cognitivo. Esta percentagem é um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um valor de referência.
5. Orientação aos Pais:
Procure saber mais sobre deficiência intelectual: outros pais, professores e técnicos poderão ajudar.
Incentive o seu filho a ser independente: por exemplo,
ajude-o a aprender competências de vida diária, tais como: vestir-se, comer
sozinho, tomar banho, arrumar-se para sair.
Atribua-lhe tarefas próprias e de responsabilidade. Tenha sempre em mente a sua idade real, a sua capacidade para manter-se atento e as suas competências. Divida as tarefas em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa do seu filho é a de pôr a mesa, peça-lhe primeiro que escolha o número apropriado de guardanapos; depois, peça-lhe que coloque cada guardanapo no lugar de cada membro da família. Se for necessário, ajude-o em cada passo da tarefa. Nunca o abandone numa situação em que não seja capaz de realizar com sucesso. Se ele não conseguir, demonstre como deve ser.
Atribua-lhe tarefas próprias e de responsabilidade. Tenha sempre em mente a sua idade real, a sua capacidade para manter-se atento e as suas competências. Divida as tarefas em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa do seu filho é a de pôr a mesa, peça-lhe primeiro que escolha o número apropriado de guardanapos; depois, peça-lhe que coloque cada guardanapo no lugar de cada membro da família. Se for necessário, ajude-o em cada passo da tarefa. Nunca o abandone numa situação em que não seja capaz de realizar com sucesso. Se ele não conseguir, demonstre como deve ser.
Elogie o seu filho sempre que consiga resolver um problema.
Não se esqueça de elogiar também quando o seu filho se limita a observar a
forma como se pode resolver a tarefa: ele também realizou algo importante,
esteve consigo para que as coisas corram melhor no futuro.
Procure saber quais são as competências que o seu filho está
aprendendo na escola.
Encontre formas de aplicar essas competências em casa. Por
exemplo, se o professor lhe está ensinando a usar o dinheiro, leve o seu filho
ao supermercado. Ajude-o a reconhecer o dinheiro necessário para pagar as
compras. Explique e demonstre sempre como se faz, mesmo que a criança pareça
não perceber. Não desista, nem deixe nunca o seu filho numa situação de
insucesso, se puder evitar.
Procure oportunidades na sua comunidade para que ele possa
participar em atividades sociais, por exemplo: escoteiros, os clubes,
atividades de desporto. Isso o ajudará a desenvolver competências sociais e a
divertir-se.
Fale com outros pais que tenham filhos com deficiência
intelectual: os pais podem partilhar conselhos práticos e apoio emocional.
Não falte às reuniões de escola, em que os professores vão
elaborar um plano para responder melhor às necessidades do seu filho. Se a
escola não se lembrar de convidar os pais, mostre a sua vontade em participar
na resolução dos problemas. Não desista nunca de oferecer ajuda aos professores
para que conheçam melhor o seu filho. Pergunte também aos professores como é
que pode apoiar a aprendizagem escolar do seu filho em casa.
6. Orientação aos Professores:
Aprenda tudo o que puder sobre deficiência intelectual.
Procure quem possa aconselhar na busca de bibliografia adequada ou utilize
bibliotecas, internet, etc.
Reconheça que o seu empenho pode fazer uma grande diferença na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência. Procure saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e concentre todos os seus esforços no seu desenvolvimento. Proporcione oportunidades de sucesso.
Reconheça que o seu empenho pode fazer uma grande diferença na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência. Procure saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e concentre todos os seus esforços no seu desenvolvimento. Proporcione oportunidades de sucesso.
Participe ativamente na elaboração do Plano Individual de
Ensino do aluno e Plano Educativo.
Seja tão concreto quanto possível para tornar a aprendizagem
vivenciada. Demonstre o que pretende dizer. Não se limite a dar instruções
verbais. Algumas instruções verbais devem ser acompanhadas de uma imagem de
suporte, desenhos, cartazes. Mas também não se limite a apoiar as mensagens
verbais com imagens. Sempre que necessário e possível, proporcione ao aluno
materiais e experiências práticas e oportunidade de experimentar as coisas.
Divida as tarefas novas em passos pequenos. Demonstre como
se realiza cada um desses passos. Proporcione ajuda, na justa medida da
necessidade do aluno. Não deixe que o aluno abandone a tarefa numa situação de
insucesso. Se for necessário, solicite ao aluno que seja ele a ajudar o
professor a resolver o problema. Partilhe com o aluno o prazer de encontrar uma
solução.
Acompanhe a realização de cada passo de uma tarefa com
comentários imediatos e úteis para o prosseguimento da atividade.
Desenvolva no aluno competências de vida diária,
competências sociais e de exploração e consciência do mundo envolvente.
Incentive o aluno a participar em atividades de grupo e nas organizações da
escola.
Trabalhe com os pais para elaborar e levar a cabo um plano
educativo que respeite as necessidades do aluno. Partilhe regularmente
informações sobre a situação do aluno na escola e em casa.
7. Que expectativas de futuro têm as
crianças com Deficiência Intelectual?
Sabemos atualmente que 87% das crianças com deficiência
intelectual só serão um pouco mais lentas do que a maioria das outras crianças
na aprendizagem e aquisição de novas competências. Muitas vezes é mesmo difícil
distingui-las de outras crianças com problemas de aprendizagem sem deficiência
intelectual, sobretudo nos primeiros anos de escola. O que distingue umas das
outras é o fato de que o deficiente intelectual não deixa de realizar e
consolidar aprendizagens, mesmo quando ainda não possui as competências
adequadas para integrá-las harmoniosamente no conjunto dos seus conhecimentos.
Daqui resulta não um atraso simples que o tempo e a experiência ajudarão a
compensar, mas um processo diferente de compreender o mundo. Essa diferente
compreensão do mundo não deixa, por isso, de ser inteligente e mesmo muito
adequada à resolução de inúmeros problemas do quotidiano. È possível que as
suas limitações não sejam muito visíveis nos primeiros anos da infância. Mais
tarde, na vida adulta, pode também acontecer que consigam levar uma vida
bastante independente e responsável. Na verdade, as limitações serão visíveis
em função das tarefas que lhes sejam pedidas.
Os restantes 13% terão muito mais dificuldades na escola, na
sua vida familiar e comunitária. Uma pessoa com atraso mais severo necessitará
de um apoio mais intensivo durante toda a sua vida.
Todas as pessoas com deficiência intelectual são capazes de
crescer, aprender e desenvolver-se. Com a ajuda adequada, todas as crianças com
deficiência intelectual podem viver de forma satisfatória a sua vida adulta.
8. Que expectativas de futuro têm as
crianças com Deficiência Intelectual na Escola?
Uma criança com deficiência intelectual pode obter
resultados escolares muito interessantes. Mas nem sempre a adequação do
currículo funcional ou individual às necessidades da criança exige meios
adicionais muito distintos dos que devem ser providenciados a todos os alunos,
sem exceção.
Antes de ir para a escola e até ao três anos, a criança deve
beneficiar de um sistema de intervenção precoce. Os educadores e outros
técnicos do serviço de intervenção precoce devem pôr em prática um Plano
Individual de Apoio à Família.
Este plano define as necessidades individuais e únicas da
criança. Define também o tipo de apoio para responder a essas necessidades. Por
outro lado, enquadra as necessidades da criança nas necessidades individuais e
únicas da família, para que os pais e outros elementos da família saibam como
ajudar a criança.
Quando a criança ingressa na Educação Infantil e depois no
Ensino Fundamental, os educadores em parceria com a família devem por em
prática um programa educativo que responda às necessidades individuais e únicas
da criança. Este programa é em tudo idêntico ao anterior, só que ajustado à
idade da criança e à sua inclusão no meio escolar.
Define as necessidades do aluno e os tipos de apoio escolar
e extra-escolar.
A maior parte dos alunos necessita de apoio para o
desenvolvimento de competências adaptativas, necessárias para viver, trabalhar
e divertir-se na comunidade.
Algumas destas competências incluem:
A comunicação com as outras pessoas.
Satisfazer necessidades pessoais (vestir-se, tomar banho).
Participar na vida familiar (pôr a mesa, limpar o pó,
cozinhar).
Competências sociais (conhecer as regras de conversação,
portar-se bem em grupo, jogar e divertir-se).
Saúde e segurança.
Leitura, escrita e matemática básica; e à medida que vão
crescendo, competências que ajudarão a crianças na transição para a vida
adulta.
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