Hidrocefalia pode causar dificuldades motoras e perda de memória em idosos, mas tem tratamento
Dificuldade para andar, descontrole urinário e alterações cognitivas, como perda da memória, são sintomas típicos de hidrocefalia nos idosos. Essa doença, que quer dizer "água na cabeça", refere-se ao acúmulo de liquor (também conhecido como liquido cefalorraquidiano) nos ventrículos cerebrais.
As funções básicas do liquor são a proteção do sistema nervoso central e a manutenção do metabolismo cerebral. Ele é formado nos ventrículos laterais, uma área específica do cérebro, contabilizando um volume total de 140 mL a 170 mL; e é totalmente reciclado em menos de 24 horas. Por conta dessa dinâmica, quando surge alguma dificuldade em sua reabsorção, ocorre um aumento do volume liquórico e, consequentemente, a hidrocefalia.
Essa dificuldade de reabsorção pode se originar a partir de pequenos traumas e hemorragias ao longo da vida ou em consequência de processos infecciosos ou inflamatórios, que na maior parte das vezes não apresentam sintomas.
A hidrocefalia mais frequente nos idosos é conhecida como hidrocefalia de pressão normal (HPN) ou comunicante, informa o dr. Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini, neurocirurgião no Hospital Sírio-Libanês. "Nos idosos, o tamanho do cérebro em relação à caixa craniana tende a ser menor por conta do envelhecimento. Com isso, o aumento do volume liquórico não causa um aumento contínuo da pressão", explica. "Já nos pacientes jovens, a hidrocefalia geralmente é obstrutiva e causa sintomas de aumento da pressão intracraniana com cefaleia, vômitos e alterações visuais", compara.
Como diagnosticar a hidrocefalia de pressão normal?
O diagnóstico da hidrocefalia de pressão normal é feito pelo médico com base nos sintomas apresentados pelo paciente e nos resultados dos exames de ressonância magnética.
Outro exame importante é o tap test, realizado em ambiente ambulatorial com anestesia local, sem a necessidade de internação. Nesse exame, retira-se de 30 mL a 40 mL de líquor da região lombar, já que existe uma comunicação ampla de todo sistema liquórico com o sistema nervoso central, e observa-se o paciente. Se houver melhora dos sintomas num período superior a 24 horas, pode ser confirmada a hidrocefalia de pressão normal.
Como tratar a hidrocefalia de pressão normal?
O tratamento mais usado contra a hidrocefalia de pressão normal é a cirurgia de derivação ventriculoperitoneal (DVP). Esse procedimento consiste na introdução de um pequeno cateter na cavidade ventricular para desviar o excesso de liquor contido nos ventrículos para a cavidade abdominal. A quantidade de liquor a ser drenada é regulada por uma válvula interposta entre os dois cateteres. "Ele tem o mesmo mecanismo do ladrão da caixa-d'água, que despeja o excesso de água para um local escolhido", compara o dr. Vellutini.
A cirurgia de derivação ventriculoperitoneal é considerada minimamente invasiva e de baixo risco. O tempo médio dessa cirurgia é de 40 minutos, e o paciente recebe anestesia geral.
O Hospital Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com médicos neurologistas e neurocirurgiões especializados no diagnóstico e no tratamento da hidrocefalia. Eles estão habilitados para analisar o grau de hidrocefalia de cada paciente, oferecendo as melhores possibilidades de tratamento.
O Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês está preparado para realizar a cirurgia de derivação ventriculoperitoneal, assim como outros procedimentos mais complexos na região da cabeça.
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